Sou uma Geóloga a especializar-me em Paleontologia (vou ignorar todos aqueles que semicerraram os olhos e pensaram “Paleo-quê?”). Mas perdoo-vos. Até ao 7º ano também não fazia ideia que raio era isto. Mas no 7º ano conheci o Professor Carlos Ribeiro (não aquele em quem os Geólogos portugueses pensaram imediatamente – se fosse esse, neste momento a Sofia estaria casada com o Nery Delgado). E o Professor Carlos Ribeiro é um professor-geólogo, não um professor-biólogo. Se me deixarem, vou culpar os professores-biólogos pelo pouco carinho que os alunos adquirem pela Geologia. Até ao 7º ano eu, menina aplicada-de-óculos-na-primeira-carteira-da-sala-de-aula queria ser Professora. A partir do 7º ano, decidi que ia ser Geóloga. No secundário, conheci a Rocha-Mãe. Que mais poderei acrescentar quando uma professora-geóloga se apresenta aos alunos desta forma? Apenas que não me lembro dela sem um sorriso. Que não me lembro de uma aula em que não nos tenhamos divertido e aprendido. Pelo meio conheci aquela que para mim é a maior Paleontóloga de Portugal (sei que vais escrever alguma coisa nos comentários, visto seres o único ser vivo à face da terra que lê isto – para ti: cala-te!). No curso de Geologia conheci muitas pessoas, todas muito diferentes. Alunos, professores, investigadores. Ganhei amigos e inimigos – para a vida. No 3º ano (sim, ainda é um curso que vai sobrevivendo aos horrores de Bolonha e mantém 4 anos!) começam as dúvidas… as desilusões… a desmotivação. O Erasmus não resolveu estes problemas na totalidade, mas sem ele este blogue (que apenas tem uma leitora, cof cof) não existiria. E assim chegamos a estes bolos… e ao mestrado de Paleontologia Avançada, em Madrid. Neste mestrado somos tão-só 14 alunos. 2 deles têm idade para ser meus avós e atitude para serem meus irmãos. Dos restantes, 5 são biólogos e os demais geólogos. Uma é portuguesa, uma vem de Bilbao, uma de Granada, outra de Salamanca, outra de Cuenca, um de Alicante, um de Ciudad Real, um de Cercedilla e os demais são de Madrid. Ao contrário do que possam pensar, estamos juntos um dia por semana: à quinta-feira. Somos cada vez mais ultra super mega especializados em algo e o mestrado reflexa um pouco isso. Existem 2 ramos, o de Vertebrados e Ecossistemas Terrestres e o de Invertebrados e Ecossistemas Marinhos, de longe o melhor. Como a maioria discorda comigo, a maioria das aulas que tenho limitam-se a 5 pessoas numa sala de aula – sendo a 5ª a professora! Assim sendo, imaginem o único dia da semana em que temos aulas todos juntos (este semestre apenas temos uma disciplina comum aos dois ramos: Património), 4h seguidas durante a tarde (tempo para imaginarem…………………). Com isto tudo queria apenas dizer que serei a pior Paleontóloga de todos os tempos. Nunca gostei de dinossáurios, nem em criança. Ainda não lhes acho piada (desculpa, Pedro!). Nunca vi o 3º filme do Jurassic Park, e até há pouco mais de um ano nunca tinha visto nenhum deles. Mas as quintas-feiras merecem estes bolos – não acham?
P.S. Oferece-se recompensa muito boa em troca de cortador de bolachas em forma de Trilobite – anatomicamente real!
P.S. 2 Aproveitem e conheçam estes meninos (e meninas) e o seu magnífico trabalho 😀 (de nada, Pedro!)